Um dos lugares mais impressionantes que já visitei. Geirangerfjord é o fiorde preferido da rainha da Noruega. Foi o que eles me falaram por lá, e não é difícil de acreditar.
As rochas chegam a 1.700 m acima da água. Imagine só que um prédio de dez andares tem apenas 30 m. No ponto mais profundo, as águas chegam a 264 m.
Geiranger está na lista da Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade. Além de ver de pertinho montanhas, cachoeiras e a charmosa vilinha, fiz um passeio de caiaque, nos vales estreitos e gigantes de pedra.
Não sabe o que é um fiorde?
É uma invasão do mar com grandes paredões em volta, um vale. Fiordes foram formados, inicialmente, com massas glaciares que se movimentaram, há aproximadamente 12 mil anos.
Depois, o mar entrou. E as águas de um fiorde não são completamente salgadas, pois se misturam ainda do degelo das montanhas ao seu redor. Geiranger é um dos mais famosos do mundo. Para mim, o mais lindo também.
É possível ver um pouco do lugar no filme norueguês A Onda, no Netflix. O drama conta uma catástrofe real que poderá acontecer por lá.
Assista por curiosidade, mas não se amedronte. Geiranger é daqueles lugares para se conhecer antes de morrer.
Dá para subir as montanhas e ver Geiranger do alto, de onde é possível avistar a Ørnevegen, a Estrada da Águia.
A estrada serpenteia com 11 curvas superacentuadas. A foto do site Fjordnorway mostra bikers que passeiam por lá. Neste link, você vê várias outras atividades.
Aconselho o mínimo de dois dias no lugar. Fiquei um só e errei feio.
Caiaque imperdível
Passar pelo meio dos paredões gigantes de caiaque é uma das experiências mais fantásticas que se pode ter.
Cada remada vale cada real gasto. O passeio custa a partir de 300 NOK (coroa norueguesa), aproximadamente R$ 120, convertidos em novembro de 2017.
Fiz com os guias da Active Geiranger, o espanhol Rubio Carmona e o sueco Grimm.
Aventureiro, Rubio também mantém uma página com sugestões de passeios no Facebook. Ele pode te ajudar em trilhas e visita aos picos gelados.
Cachoeiras: sete irmãs e o pretendente
A remada completa dura de duas a três horas. Parece muito, mas na água o tempo passa diferente. Ao terminar, você vai querer repetir.
Durante o trajeto, os únicos barulhos que se ouve são os das gaivotas e das cachoeiras gigantes que despencam nas águas.
No caminho, o passeio de caiaque passa por uma das cachoeiras mais famosas da Noruega, a Sete Irmãs, abaixo, cuja queda chega a 410 metros de altura.
(foto abaixo de Thierry Dosogne, para o site fineartamerica)
Outra cachoeira tem um curioso formato de garrafa, e uma lenda explica tudo.
A queda d´água se chama O Pretendente, um xavequeiro que cortejava as sete irmãs, a belíssima queda ao lado oposto.
Só que sempre foi rejeitado, e, diante de tamanha depressão, começou a beber. Por isso, a cachoeira despenca com a cara da cachaça (foto TripAdvisor).
Vila, trolls e telhados de grama
A cidadela de Geiranger, à beira do fiorde, tem 300 habitantes. No verão, ferve com 2 mil turistas. Devido à profundidade, o lugar recebe cerca de 200 cruzeiros por ano.
Casinhas tradicionais com telhados de grama dividem o espaço da pequena vila com cafés charmosos e lojinhas no pé das montanhas.
Tradição que vem da Idade Média, os telhados de grama são usados para deixar a casa fresca no verão e quentinha no inverno. Eles são vistos por todo o país.
Para podar a grama, cabras sobem no telhado. Como? não sei, não tive a sorte de flagrar os bichos.
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Reza a lenda que na selvagem Geiranger viveram os trolls, seres da mitologia escandinava.
Esses seres mitológicos esquisitos, enormes e meio lerdões, viviam ao redor de montanhas e fiordes, escondidinhos na floresta, para aprontar com os moradores.
A vilinha abriga lojinhas de suvenir que vão divertir o turista em busca de trolls, renas e usos de todos os tamanhos.
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Onde ficar
Há poucos hotéis, mesmo porque é muito pequeno. Para aventureiros, há acampamentos e lugares para estacionar motorhome.
O principal hotel é o Union Geiranger, tradicionalíssimo, desde 1891, o preferido da rainha Sofia.
O lugar tem ainda a maior coleção particular de carros antigos de sete assentos da Europa. O primeiro dono do hotel era um inventor e construía carruagens.
Depois, criou um carro menor que pudesse passar pelas estradinhas de Geiranger e revitalizou muitos dos veículos que foram abandonados no local na década de 1930.
Do hotel saem mirantes como este, para apreciar o fiorde sem moderação:
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