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África do Sul está em festa, e não é para menos. No próximo 18 de julho, comemora-se o centenário de Nelson Mandela, líder que acabou com o Apartheid e virou símbolo mundial da igualdade.

Madiba ou Tata, como era carinhosamente chamado, faria 100 anos. Ele morreu em 2013, aos 95, mas o amor do povo sul-africano por ele nunca vai acabar.

Sua jornada foi marcada pela luta na juventude contra o absurdo do Apartheid, por uma prisão injusta que durou 27 anos (gente, uma vida!).

Ele recebeu o Nobel da Paz em 1993, foi eleito presidente do país (1994 a 1999) e ficou marcado por ser o líder decisivo que colocou fim do regime insano que separava negros de brancos no país.

Museu do Apartheid é um dos lugares icônicos para reviver os passos de Mandela (foto: Andrea Miramontes)

Como foi o Apartheid?

Só estando na África do Sul para sentir a força de Madiba e o quanto o Apartheid deixou marcas. Falar sobre o regime que massacrou negros é a única coisa que tira o sorriso do rosto dos sul-africanos.

O absurdo foi tamanho, que os negros precisavam de uma licença especial para andar nas ruas e foram enxotados para as periferias, as chamadas townships, quando não apanhavam até a morte.

Eles não tinham direito às mesmas escolas, postos de trabalho e atendimento de saúde. Sempre restava a eles um serviço inferior.

Não podiam se casar e nem fazer sexo com brancos. Chegaram a perder a cidadania, violentados de todas as formas, por serem negros. De um absurdo sem fim.

O regime durou de 1948 a 1994. Um dos passeios mais legais para ver como tudo acontecia é o Museu do Apartheid, em Joanesburgo, que conto em mais detalhes logo abaixo. Um dos passos para reviver o líder.

Entrada do museu do Apartheid mostra como foi o regime absurdo. Negros e brancos sequer passavam pela mesma porta (foto: Andrea Miramontes)

Quem gosta de viagem com conteúdo, cultura e história está no lugar certo. Veja como explorar a luta de Madiba e compreender melhor a cultura da África do Sul.

De bônus, depois dessas visitas, volte para o Brasil com mais resistência diante dos perrengues da vida.

“A grandeza da vida não consiste em não cair nunca, mas em nos levantarmos cada vez que caímos” *

Refaça os passos de Mandela

Vou listar aqui como são 3 lugares fantásticos que visitei, dos 100 para compreender e emocionar-se com a história do país.

Passei pela casa onde Madiba morou, para entender mais sobre sua família e vida simples.

Visitei o museu do Apartheid, que me ajudou a mensurar – e me revoltar ainda mais – com o tamanho do absurdo que os sul-africanos viveram.

Finalmente, fui ao Capture Site, o lugar onde ele foi preso e onde está uma das esculturas mais interessantes que já vi.

“Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar” *

 

Mandela foi capturado aqui, em 1962. Ficou 27 anos em cárcere, por causa do apartheid. Por ser líder e por ser negro. A acusação formal? incentivo a greves e por viajar ao exterior sem autorização. Sim, revoltante. . No lugar @thecapturesite da captura do líder sul-africano foi construído um museu e essa escultura de ferro maravilhosa, que requer uma caminhada de 500 metros para conseguir ver o rosto de Madiba ?? simboliza o Long Walk to Freedom ( tem gente que desiste de caminhar e não consegue ver nada) Simplesmente incrível esse lugar ❤??#wowsouthafrica . A escultura do artista Marco Cianfanelli é formada por 50 pilares de ferro milimetricamente esculpidos e distribuídos para que vc veja o rosto de Mandela. Mas ao aproximar-se, já não se vê mais nada ➡ passe pra ver! . Vou mostrar mais no stories ☝?to aqui usando o chip @easysim4u . #mandela #nelsonmandela #madiba @descubraafricadosul #capturesitemuseum #capturesite #wowSouthAfrica #safari #animals #africadosul #descubraafricadosul #southafrica #Latam #view #natgeo

Uma publicação compartilhada por Andrea Miramontes ??| Travel (@ladobviagem) em

1 – Museu do Apartheid (Joanesburgo)

Entrada do Museu do Apartheid, em Joanesburgo (foto: Andrea Miramontes)

Em Joanesburgo, está um dos museus mais legais que já visitei. E olha que curto museus pelo mundo.

Reserve 3h para a visita ao Museu do Apartheid e cheque dias e horários, uma vez que fecha às 17h.

No museu, você vai ver placas de rua, de bares, escolas, postos de saúde e mais lugares da época que separavam negros de brancos, assim como europeus, asiáticos.

Todos passagem por uma triagem que os denominava “superiores ou inferiores”.

Inúmeros documentos de propagandas da época também estão nas paredes. Não deixe de espiar os vídeos históricos da luta nas ruas e até discursos políticos.

Nos discursos, há imagens raras de Madiba durante a prisão e sua resistência, bem como do governo da época, defendendo o que não tem defesa.

Pelas salas do museu, não há como não se emocionar com a luta pela liberdade a que Mandela dedicou a vida (foto: Andrea Miramontes)

Apesar do regime oficialmente ser datado de 1948 a 1994 como uma “política”, a segregação racial acontecia desde 1910, quando a África do Sul decretou sua independência.

Reserve ainda um tempinho para passear pelos jardins com espelhos e esculturas que relembram a luta da época.

2 – Casa de Mandela e Soweto

Casa onde Madiba morou em Soweto, Joanesburgo, é um dos lugares para reviver sua luta (foto: Andrea Miramontes)

Em Soweto (South-West Township, a maior da África do Sul), está a Mandela House, casa que Madiba morou e para a qual voltou  por poucos dias quando ficou livre após 27 anos de prisão.

A rua em que o imóvel está, Rua Vilakazi, é a única do mundo onde já viveram dois ganhadores de Nobel da Paz: Mandela e o arcebispo Desmond Tutu, que também lutou contra o Apartheid.

Rua Vilakazi, em Soweto, é a única do mundo onde já viveram dois ganhadores de Nobel da Paz (foto: Andrea Miramontes)

Mandela mudou-se para a casa em 1946 com sua primeira esposa, Evelyn Ntoko Mase. Depois, divorciado, 1958 ele se casou com a segunda mulher, Winnie (Nomzamo Winifred Madikizela).

Winnie também foi presa várias vezes. Ela morou nesta casa com suas filhas enquanto Mandela estava na prisão.

A casa foi restaurada e reaberta em 2009. Lá é possível ver os quartos pequeninos e simples e acompanhar a história da família com guias multimídia – em inglês. Só entram 20 pessoas por vez.

Na autobiografia* de Mandela, ele descreve como era o lugar.

“Era o oposto de grandioso, mas foi meu primeiro lar verdadeiro” *

“Embora houvesse lâmpadas de rua, usamos lâmpadas de parafina, pois as casas ainda não estava eletrificada. O quarto era tão pequeno que uma cama de casal ocupava quase todo o espaço” *

Quarto que Mandela descreve no *livro *Longo caminho para a Liberdade, de 1994 (foto: Andrea Miramontes)

Para quem quer conhecer melhor o bairro Soweto, há também passeios de bike com guias. Não cheguei a fazer, mas morri de vontade de conhecer mais por lá.

3 – The Capture site

Escultura com 50 colunas de aço, milimetricamente esculpidas e dispostas por Marco Cianfanelli, marca o Capture Site – ponto onde Mandela foi capturado na África do Sul, para passar 27 anos na prisão (foto: Andrea Miramontes)

O ponto onde Mandela foi preso – “The Capture site” – é o mais forte de todos os passeios na busca por Madiba.

Lá está uma escultura gigante que só revela o rosto do líder depois que o visitante percorre 500 metros. Incrível.

A distância simboliza o “Long walk to freedom” a que Mandela se refere como tudo o que passou durante os 27 anos da prisão, até ser solto e virar presidente.

Mandela foi capturado e preso pela polícia do Apartheid neste lugar, mais precisamente na estrada, em 1962, a 5 km de Howick, KwaZulu-Natal.

No lugar, foi colocada uma placa, e, posteriormente, construída a escultura gigante com  50 colunas de aço, por Marco Cianfanelli e Jeremy Rose (Mashabane Rose Architects).

De perto e dentro dela, não se vê a figura de Mandela.

Para o rosto do líder ser revelado, o visitante passa pela “longa caminhada até a liberdade” e chega a um determinado ponto- a 30 metros da escultura. Daí se vê Madiba.

Trata-se da maior obra de arte do gênero na África do Sul,e uma das mais significantes e tocantes que já vi. Tornou-se um símbolo internacional pela liberdade.

Mais lugares para viver Mandela

100 lugares listados para o visitante reviver os passos de Madiba, como Robben Island, na Cidade do Cabo, prisão onde Mandela passou 18 dos 27 anos preso.

O app Madiba’s Journey (Jornada de Mandela) mostra onde estão os lugares, como chegar, fotos e explica sua importância ao visitante. Saiba mais neste post e veja os links para baixar gratuitamente.

Sua porta de entrada para a África do Sul será Joanesburgo, para onde, agora,  há mais voos direto do Brasil.

Desde que a Latam inaugurou a rota, promoções de passagens para o destino são encontrada por a partir de R$ 1.500, ida e volta. Veja mais aqui.

*Frases do livro “Longo Caminho para a Liberdade”, escrito por Mandela em 1994

“Descanse em paz, Madiba, nós honramos seu legado” (foto: Andrea Miramontes)

Para quem ama um país de história e natureza única, logo logo saem os posts sobre um dos melhores safaris da África do Sul, aqui no Lado B Viagem.

O blog viajou a convite da South African Tourism e Latam Airlines.