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O que fazer em Salta? Visitar a região no Norte da Argentina é mergulhar na história do país.

Um mergulho regado a vinhos deliciosos, com destaque para o vinho branco frutado Torrontés, e gastronomia de primeira.

Fiquei surpresa com as estradas e paisagens na região. Mas, este roteiro, foco na cidade de Salta, onde indico que você fique, pelo menos, 3 noites.

Listo abaixo seis passeios imperdíveis. O que visitar? Onde se hospedar? Onde vegetarianos e veganos podem comer delícias argentinas?

Salve este link e me siga também no Instagram @ladobviagem, para roteiros fantásticos e sustentáveis.

Centro de Salta tem museus, restaurantes e prédios históricos (foto: Andrea Miramontes / @ladobviagem)

Prove os vinhos típicos da uva Torrontés, secos leves e frutados típicos de Salta; aqui, empanada salteña de queijo acompanha  o vinho branco, no restaurante Adobe, a dica no item  5 abaixo ( foto Andrea Miramontes / @ladobviagem)

Na região da Salta, cânions se destacam em estradas cênicas, onde foi feito inclusive o filme Relatos Selvagens, indicado ao Oscar em 2015.

Para conhecer toda região, inclusive Cafayate, a meca dos vinhos, reserve, pelo menos, 5 dias de viagem.

Chegar até Salta ficou mais fácil com o único voo direto de São Paulo, que dura 3 horas, operado pela Aerolíneas Argentinas.

Vamos à cidade de Salta:

1- Mosteiro San Francisco: passagens secretas

Ex-mosteiro abriga igreja e museu, além de restaurante nos pátios franciscanos (foto: Andrea Miramontes / @ladobviagem)

Lindíssimo, o ex-mosteiro de San Francisco, que hoje abriga igreja e um pequeno museu, merece visita detalhada.

Durante a guerra contra invasões na Argentina no século 19, o mosteiro foi usado como esconderijo para a população de Salta e salvou muitas vidas.

As passagens secretas podem ser visitadas com o tour no local.  As paredes e túneis rústicos, com mais de um metro de espessura ainda estão lá.

Túneis secretos esconderam a população das guerras no século 19 (foto: Andrea Miramontes / @ladobviagem)

O mosteiro virou um museu. Durante a visita guiada, não deixe de subir os 109 degraus até a torre para ver os sinos gigantes e apreciar uma vista linda do alto dos 45 metros.

Os sinos se tornaram símbolo da paz em Salta, pois foram feitos com os canhões de guerra espanhóis, que invadiram o local.

mosteiro san francisco salta

Sinos feitos com canhões de guerra viraram símbolo da paz em Salta (foto: Andrea Miramontes / @ladobviagem)

A noite, o pátio franciscano vira ainda um restaurante maravilhoso. Vegetarianos e veganos não passam vontade.

Salada de rúcula, abóbora e granola é pedida VEGANA deliciosa do Patio San Francisco, em Salta (foto: Andrea Miramontes / @ladobviagem)

Já vegetarianos podem ir de blend de queijos com tomate cereja (foto: Andrea Miramontes / @ladobviagem)

Patio San Francisco, lindo restaurante do mosteiro para curtir a noite salteña – Andrea Miramontes / @ladobviagem

2 – Teleférico: vista maravilhosa

Teleférico em Salta, na Argentina (foto: Andrea Miramontes / @ladobviagem)

A melhor vista da cidade está a cerca de 280 metros acima da cidade, quando se chega ao Cerro San Bernardo por teleférico, um dos passeios mais lindos por lá.

Vá no final de tarde para pegar o pôr do sol maravilhoso.

No alto da montanha há ainda um parque e um restaurante gourmet, que precisa de reserva.

O bilhete de ida e volta custa $ 1800 (em pesos argentinos, o que dá cerca de R$ 55 na cotação atual).

Parque fica no topo do Cerro San Bernardo em Salta, onde se chega principalmente de teleférico (foto: Andrea Miramontes / @ladobviagem)

3 – Comidas e shows: cidade baladeira

Não perca a noite em Salta. Restaurantes, barres e shows estão em todo centro, mas tem uma rua especial imperdível.

Trata-se da calle (rua) Balcarce, chamada “área de peñas”, o nome do show folclórico com músicas típicas.

Rua Balcarce, em Salta, tem bares, restaurantes e shows (foto Andrea Miramontes / @ladobviagem )

Há muitos bares e restaurantes com peñas para conhecer. Estive na La Vieja Estación, uma das peñas mais tradicionais.

O show de música e dança locais é muito animado e a comida, deliciosa, inclusive para vegetarianos.

Recomendo o risoto de abóbora. Mais delícias verdes estão neste post de gastronomia para vegetarianos e veganos em Salta.

La Vieja Estación é um dos locais para ver shows na rua badalada, em Salta (foto Andrea Miramontes / @ladobviagem )

Risoto de abóbora é a pedida deliciosa vegetariana do La Vieja Estación (foto Andrea Miramontes / @ladobviagem )

4 – San Lorenzo: trilhas e museu incrível

A 20 minutos do centro de Salta está a pequena San Lourenzo, perfeita para conhecer a fauna e flora local, com trilhas na floresta.

Fizemos uma trilha na Reserva del Huaico, uma reserva privada na qual a caminhada pode passar dos mil metros de altitude, entre árvores centenárias

Obrigatório fazer com guia. Especialista na região, Nicasio Teorodo Sarapura ajuda os viajantes a escolher o melhor percurso e a mostrar pássaros coloridos e raros, que só são vistos por lá.  Há mais de 600 tipos de pássaros.

Algumas trilhas podem durar horas em meio à floresta. Para quem não tem tanto tempo, recomendo uma de 40 minutos até o primeiro mirante.

Trilha é guiada por Nicasio Teorodo Sarapura, que te ajuda a ver aves e plantas raras típicas de lá ( Andrea Miramontes / @ladobviagem )

san lorenzo

Mirante a mais de mil metros de altitude durante trilha em San Lorenzo (foto: Andrea Miramontes / @Ladobviagem )

Plantas raras típicas da região durante trilha em Sann Lorenzo (foto: Andrea Miramontes / @Ladobviagem )

Após a trilha, bem ao lado da reserva está o Museo de la Gesta Güemesiana y Gaucha, interessantíssimo, que conta a história da independência da Argentina.

O museu rústico, instalado em uma casinha típica, é superespecial na maneira de contar a história.

Trata-se de um museu de miniaturas que focam na vida do general Martín Miguel de Güemes, o herói da independência, desde o nascimento até a morte.

Güemes foi o primeiro governador argentino do País eleito pelo povo. Inaugurou a democracia no país e governou Salta de 1886 a 1889.

As miniaturas impressionam. Foram montadas 19 maquetes com 1.250 mil peças perfeitas sobre vida e guerra na época.

Os detalhes são incríveis, pois dá para ver móveis e pessoas dentro das casinhas.

Cena da emboscada que matou GÜEMES, em miniaturas perfeitas que narram a história – Andrea Miramontes / @ladobviagem

Dentro das casinhas das miniaturas haviam cenas e móveis; repare que até o espelho reflete – foto Andrea Miramontes / @ladobviagem

As peças foram feitas durante 5 anos  e montadas no museu pelo pesquisador e historiador Jorge Virgilio Nuñez.

Depois de trilha e museu, não vá embora de San Lorenzo sem o almoço no hotel Rincon del Cerro.

Com piscina e espaço verde imenso, o hotel também é uma opção para quem quer se hospedar em San Lorenzo.

Lembre-se que San Lourenzo está a 20 ou 30 minutos de carro do centro de Salta.

Além da salada de peras caramelizadas, deliciosa, não deixe de provar a sobremesa de pêssegos ao doce de leite.

Salada de peras caramelizadas no Rincon del Cerro (foto Andrea Miramontes / @ladibviagem)

Pêssegos com doce de leite na sobremesa deliciosa do del Cerro – Andrea Miramontes/ @ladibviagem

5 – Múmias: sacrifício de crianças incas

O MAAM, Museu de Arqueologia de Alta Montanha, dedica-se a mostrar a cultura do mundo pré-hispânico e a cultura dos Andes, incluindo cerimônias incas e múmias encontradas em vulcões.

O mais impressionante no museu é a exposição de três múmias de crianças que foram mortas como sacrifício no topo do vulcão Llullaillaco, em Salta.

Descobertas em 1999, congeladas, as múmias foram encontradas em plataformas de oferendas inca.

Acredita-se que foram mortas como sacrifício aos deuses, colocadas no topo do vulcão para morrer, em cerimônia Inca Capacocha.

Múmia de criança inca impressiona pela perfeição, inclusive da pele, na visita ao MAAM, em Salta – Foto MAAM

Os incas “embebedavam” as crianças, que dormiam e eram colocadas lá no topo, para morrer com seus pertences, a fim de que os deuses acalmassem a natureza, mais precisamente, os vulcões.

Os corpos têm mais de 500 anos e  estão em perfeito estado, inclusive com pele preservada.

Nunca será possível ver os 3 de uma vez, pois a cada visita um deles é exposto, enquanto os outros dois seguem nas câmaras de preservação.

Ao lado do museu, que fica no centro de Salta, a dica de almoço é no restaurante Adobe, que, como o nome diz, tem arquitetura antiga de barro (adobe).

Nosso guia multilígue e professor de química Mario nos levou ao Adobe – Andrea Miramontes / @ladobviagem

Vista do restaurante Adobe, no centro de Salta ( foto Andrea Miramontes / @ladobviagem)

Ravioli de queijo do Adobe, restaurante charmoso no centro de Salta – (Andrea Miramontes / @ladobviagem)

6 – Trem das nuvens

O trem que serpenteia ao lado da Cordilheira dos Andes, a 4.200 m de altitude, é uma das principais atrações da região.

O passeio dura um dia todo e tem como ponto alto a passagem sobre o viaduto LA Polvorilla, construído por Gustave Eiffel, o mesmo da famosa torre em Paris.

Já escrevi sobre ele, e você pode saber tudo sobre esse passeio neste link.

Onde ficar em Salta?

muitos hotéis na cidade, para todos os preços e categorias que você buscar.

Fiquei em um hostel de excelente custo X benefício no centro da cidade, de onde fui a pé a todas as atrações.

Meu hostel moderninho, que tem opção de quartos privativos ou compartilhados chama-se Selina. 

Encontrei quartos para duas pessoas a partir de R$ 330 na baixa temporada, um achado. O melhor preço está neste link, faça sua reserva.

Lindo e moderno, Selina em Salta oferece ótimo custo X benefício – foto Andrea Miramontes / @ladobviagem

Fiquei em uma suíte privativa, que tinha tudo o que precisava, incluindo ar-condicionado e amenities.

O café da manhã não está incluído, mas dentro do hostel tem o restaurante Trocadero, com combos de café da manhã deliciosos.

Área comum do hotel Selina, em Salta, reserve aqui – Andrea Miramontes @ladobviagem

Quarto privativo do Selina, em Salta, reserve aqui – Andrea Miramontes / @ladobviagem

Para lugares fantásticos, siga o @ladobviagem no Instagram.

Trem das Nuvens, nas montanhas argentinas, ajuda comunidades locais