Com crítica ao aquecimento global e derretimento das geleiras, o artista brasileiro Eduardo Kobra inaugurou o primeiro painel de street art em Mônaco na segunda (25).
Até o Príncipe Albert II interagiu na obra com ele no dia da inauguração.
O tema do painel, chamado Global Warming, está alinhado às políticas de sustentabilidade que o Principado desenvolve. Uma delas, inclusive, no Brasil.
“Todos os lugares por onde passo procuro fazer uma pesquisa histórica e encontrei uma conexão com Mônaco, que também foca na proteção do ambiente, animais, oceanos e florestas”.
O artista pintou em local aberto e atraiu a curiosidade de turistas e monegascos com o trabalho no Yacht Club de Mônaco, onde conversou comigo.
Sou fascinada por street art e costumo caçar as obras em roteiros pelo mundo. Por uma coincidência, Kobra estava em Mônaco no mesmo dia que eu. Que sorte a minha.
Kobra desenvolve um projeto que se chama Greenpincel. “Nesse projeto, em uma série de trabalhos trato da proteção do ambiente e violência contra os animais”, explica.
A obra do artista em Mônaco segue a mesma proposta e une as políticas verdes do principado, que ultrapassa suas fronteiras, ao engajamento de Kobra.
É uma crítica ao aquecimento global, com geleiras derretendo e uma releitura de uma obra de Salvador Dali chamada Persistência da Memória”, conta o artista, sobre a inclusão dos famosos relógios moles de Dali à sua arte.
O artista explica ainda a felicidade em fazer vanguarda no país, o segundo menor do mundo. “Essa obra abre espaço para outros artistas também mostrarem seu trabalho em Mônaco”, conta.
Como foi o trabalho de Kobra?
A produção durou uma semana, mas o projeto vem sendo desenvolvido há um ano. Agora, a tela gigante foi instalada no alto, no Fort Antoine, uma fortaleza do século 18. Ficará por meses lá em exibição.
Luciana de Montigny, presidente da associação Brasil Monaco Project, uma das principais apoiadoras do projeto, revela como foi o convite.
“Quando pedimos a Kobra que aceitasse esse desafio ele não hesitou um segundo. Ele é um homem comprometido de convicção e de coração. E assim nasceu a obra Global Warming (Aquecimento Global)”, explica.
O artista também cedeu oito cópias de uma versão reduzida da obra, que serão colocadas à venda para angariar fundos e apoiar projetos beneficentes e ambientais da Associação Brasil Monaco Project e da Fundação Prince Albert II.
Para Gisele Abrahão, representante do Escritório de Turismo de Mônaco no Brasil, a obra ajudará a chamar a atenção do mundo para o aquecimento global.
“O país é muito engajado em causas sustentáveis e a arte de Kobra nos ajudará a chamar a atenção para isso. Queremos convidar todos os brasileiros a conhecerem a obra e embarcarem nesta jornada a favor de um mundo mais consciente”.
Kobra, que tem seu estúdio em São Paulo, é internacionalmente conhecido. A primeira obra do artista fora do Brasil foi em Lyon, na França, em 2011.
Depois, espalhou-se pelo mundo, como Espanha, Noruega, Itália Índia Japão entre muitos outros países, incluindo muitas obras nos Estados Unidos.
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