Um trem que serpenteia pelas montanhas argentinas, a 4200 m de altitude, em Salta, tem ajudado pequenos povoados que vivem no entorno.
O Trem das Nuvens – Tren a las Nubes – cujos trilhos passam pela Cordilheira dos Andes, é um dos passeios fantásticos nesta região ao Norte do país.
O nome do trem foi criado na década de 70, quando um jornalista fotografou o veículo envolto à fumaça do vapor.
Nas imagens, o trem parecia flutuar sobre nuvens.
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Quanto custa o Trem das Nuvens?
Reserve um dia inteiro, pois o turista sai antes das 7h do hotel e retorna após as 20h.
O passeio une uma parte de ônibus, que te leva até o alto da montanha a 4200 m, e a parte de trem, que dura cerca de 3 horas.
O valor é de AR$23850 (aproximadamente R$ 740, convertido em dezembro de 2022) para o passeio completo, com o serviço ônibus-trem-ônibus, que vale muito a pena.
Se quiser só o trem, e você pega a estrada em direção à San Antonio de Los Cobres por conta, custa AR$16000 (cerca de R$ 500).
Como é o passeio? Ajuda a povoados
Logo as 7h da manhã, o turista deve estar no guichê para trocar seu voucher por um bilhete de embarque.
Esse momento é importante, porque é aí que você também consegue o famoso carimbo no passaporte.
Mas tem que pedir, senão, nada de carimbo.
A partir daí embarque no ônibus que te levará pelas curvas acentuadas da Quebrada del Toro, estrada cênica, ladeada por cactos, que sobe as montanhas até a estação de trem.
O ônibus fará algumas paradas, por dois motivos principais.
O primeiro deles é para que você se acostume com a altitude, uma vez que, no final, chegará aos 4 mil metros.
Em segundo, as paradas fazem parte do passeio.
Feitas em pontos estratégicos, em pequenos povoados, elas permitem que você conheça a cultura dos povos das montanhas.
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Uma dessas paradas na ida será em Alfarcito, onde acontece o café da manhã.
Nesta visita, várias comunidades locais se juntam para preparar seu breakfast, no meio da paisagem exótica, cheia de cactos.
São servidos doces e pães caseiros artesanais. Não deixe de provar alfajor e chá de coca, que ajuda a não passar mal por causa da altitude.
O trem tem ajudado a economia de todas as comunidades que vivem ao redor, com essas paradas estratégicas e serviços.
O café da manhã em Alfarcito, por exemplo, é organizado pelos povoados e pago pelo trem. Já está incluso no preço do passeio.
As comunidades locais são as fornecedoras de todos os serviços do trem.
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De volta ao ônibus, algumas curvas a mais e se chega a San Antonio de los Cobres, onde está a estação de trem para embarque.
Trata-se de um povoado com cerca de 6 mil pessoas, que vivem a mais de 4 mil metros de altitude.
Na volta do ônibus, há uma parada por lá também, para almoço. Não deixe de ver os murais do povoado e o centro de artesanatos.
Para caminhar por lá, leve boné e filtro solar, pois o sol é escaldante.
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Dentro do trem: comida e assentos
Os assentos são em grupos de 4 pessoas. No meio do trajeto, quando o trem faz uma volta para retornar, você vai trocar de lado, para que todos tenham a mesma vista da paisagem.
Para a experiência completa, almoce no trem. Vou colocar o cardápio aqui com preços em pesos.
As entradas incluem empanadas, também de queijo para os vegetarianos, e o prato principal, um risoto de quinoa e vegetais.
Atenção veganos, as empanadas, mesmo que tire o queijo não são veganas, pois vai manteiga na massa, infelizmente.
O ponto alto do trajeto é a passagem sobre o viaduto La Polvorilla, construído pelo mesmo engenheiro que fez a torre Eiffel, em Paris, Gustave Eiffel.
Em cima do viaduto, a 214 metros de altura (lembrando que estamos a mais de 4 mil metros de altitude) os turistas disputam uma janelinha para conseguir as melhores imagens.
Ao lado do viaduto há uma parada para quem quer fazer fotos la do alto e comprar suvenirs de artesãos das montanhas. Desci, mas fiquei atordoada e retornei ao trem.
Depois da primeira vez sobre o viaduto, os lugares são trocados, e o trem retorna à estação original. E passa-se novamente sobre ele.
Não deixe de filmar o caminho com paisagem incrível, desértica ladeada por montanhas, do ladinho da Cordilheira dos Andes.
Este vídeo do instagram @ladobviagem mostra bem como é o passeio. Segue a gente lá!
De volta ao ônibus, o turista faz mais uma parada, além de San Antonio de Los Cobres, que falei acima.
Há uma parada também em Santa Rosa de Tastil, um povoado minúsculo, exótico, onde se vê uma igrejinha, um museu e meia dúzia de casinhas.
A companhia de trem estabeleceu essa parada, ajudou na infraestrutura com banheiros, promove o museu de Santa Rosa de Tastil e a venda de artesanatos
Apesar minúsculo e rústico, o povoado tem todas as residências com pegada sustentável, com energia que vem de placas solares. No meio do nada. Não é demais?
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