Reserve um dia. São 12 horas de passeio no total, sendo 5 horas de navegação até chegar à geleira, dentro do Parque Nacional San Rafael.
A geleira fica em Aisén, região da Patagônia Chilena cortada pela estrada icônica Carretera Austral. O resort Loberias del Sur é o responsável por esse passeio inacreditável.
Trata-se de uma das geleiras mais impressionantes da Patagônia. São 760 km², e você consegue chegar perto do paredão de gelo de 2 km por 70 metros de altura.
O tamanho gigantesco pode ser percebido nesta foto do fotógrafo Jaime Borquez.
A bordo de um bote, chegamos bem perto, tanto, que conseguimos flagrar o derretimento da geleira, que rompeu na nossa frente. Sorte presenciar o evento? Na verdadade, fiquei chocada.
San Rafael é uma das geleiras que está se acabando mais rápido, de acordo com estudo da Universidade de Cambridge, entre outros.
“Calving”, citado no artigo, é o derretimento, e o aquecimento global é o principal vilão. De acordo com o texto, a dissolução da geleira está acima da média.
O derretimento na Groenlândia e mais glaciais pelo mundo aumentou de 2006 a 2015. Perdemos mais de 720 bilhões de toneladas de gelo por ano.
Com isso, animais que vivem nesse ambiente podem sumir da Terra.
Como é o passeio?
O porto de partida é Chacabuco, onde está o resort Loberias del Sur, dono do catamarã gigante que navega até a geleira.
O barco para mais de 200 passageiros é coberto, fechado nas laterais, quentinho e muito estável. Mesmo eu, que costumo enjoar em passeios assim, não senti absolutamente nada.
Há uma sala de cinema para as crianças, uma sacada bem boa, uma vez que são muitas horas dentro do barco.
Duas refeições são servidas durante o passeio, com direito a vinho. Vegetarianos têm opções especiais. Na volta, uma festa com salgadinhos e open bar agita o barco.
Já dentro do Parque Nacional de San Rafael, ao ancorar o catamarã já é possível avistá-la.
Mas para fotografar, espere sua vez para subir no bote, que sai com grupos para chegar ainda mais perto.
Apesar de vestir capa de chuva, vá com roupa impermeável. Só com muita sorte você vai conseguir ter um dia sem chuva por lá.
O bote leva cerca de 10 pessoas por vez, e todos têm a chance de fotografar de frente, uma vez que ele gira em frente ao glacial.
Não é possível caminhar na geleira, sequer é permitido descer do bote. Chegamos a uma distância de 400 m a 1 km, o que dá para ter uma visão perfeita do glacial.
Abaixo, no Facebook Lado B Viagem, está o momento em que parte da geleira se rompeu, em um barulho de trovões que ecoam no silêncio patagônico.
Flagrar a situação é inacreditável, mas dá aperto no peito saber que estamos diante do destruimento da geleira, caso nada seja feito para aplacar o aquecimento global.