Durante viagem à ilha de Hokkaido, um dos lugares mais mágicos do Japão, fiquei surpresa com a gastronomia japonesa para vegetarianos e veganos.
Antes da viagem, muita gente me avisou sobre “sofrer” para achar opções de comida vegana no Japão.
Contrariando a todos, encontrei comida plant based em todas as cidades que visitei. Em Hokkaido, muitos lugares já tinham essas opções, e outros prepararam especialmente quando fiz o pedido.
Aliás, a ilha de Hokkaido é a maior produtora agrícola do Japão. Neste destino, você prova legumes e verduras farm to table, frescos e saborosos.
Conto abaixo sobre comidinhas fantásticas e experiências gastronômicas durante minha viagem. Guarde o post para quando for.
Espero que inspire mais vegetarianos e veganos e visitar esse país lindo com gastronomia muito saborosa.
1- Nassu Dengaku: berinjela assada com missô e sakê
Missô é uma pasta de soja fermentada e temperada muito usada na gastronomia oriental.
Entre inúmeros pratos feitos com o ingrediente, experimentei Nasu Dengaku, um berinjela assada com missô, temperinhos e sakê, a cachaça japonesa de arroz.
Não tem como dar errado. Hokkaido é a terra do sakê, onde se produz os melhores do Japão.
E a berinjela preparada dessa forma não fica amarga, mas crocante por fora e cremosa por dentro. Sensacional.
2 – Sorvete de gergelim e haskup
Gergelim torrado na comida, na salada, no pão, na pasta e até no sorvete. Ele é muito explorado na gastronomia japonesa.
Além de saboroso, é rico em antioxidantes, anti-inflamatório e faz bem ao coração.
Já a haskap (ou haskup) é uma fruta vermelha japonesa com todas as propriedades acima descritas, excelente para a saúde, que cresce naturalmente por toda ilha de Hokkaido.
O nome Haskap foi dado pelo povo Ainu do norte do Japão, os indígenas milenares de Hokkaido.
O termo significa fruta da “longa vida e boa visão”. A frutinha milenar, amada na Rússia e no Japão, é quase desconhecida no Brasil e na Europa.
3 – Macha
A erva milenar está em tudo. Doces, sorvetes, cafés, tortas, cremes, tudo leva macha. Eu amei o sabor, mas diferente, e você tem que provar.
Para consumir o chá puro, há um ritual chamado cerimônia do chá, prática budista do século 16, que você pode participar em tours e hotéis. Veja aqui como é a cerimônia.
A substância tem alto poder antioxidante,é cheio de vitaminas e, entre tentos benefícios, protege contra doenças cardiovasculares.
Matcha é extraído da planta que do chá preto e o chá verde, Camellia sinensis, cujas folhas jovens foram cultivadas na sombra.
Amei consumir o macha em sorvetes e frapês em Hokkaido. A ilha tem um sorvete de massa reconhecido no mundo todo por ser macio e saboroso.
4 – Feijão com ouro e sorvete de feijão
Feijão é a base da alimentação japonesa, assim como o arroz. Há mais de 150 tipos, e todos eles são cultivados na ilha de Hokkaido.
Eles são usados em tudo, saladas, massas, doces, sorvetes, pães, bolos e entradinhas nos restaurantes, como acima.
Entre os diferentes tipos, um dos mais famosos é o feijão azuki, vermelho pequenino, riquíssimo em vitaminas.
É possível encontrar cremes, recheios, geleias, sopas, sorvetes e mais doces com a iguaria.
5 – Doces japoneses: manju, dango e outros
É impossível não se render aos doces do Japão. Começo pelos mais famosos manju e mochi, feitos de arroz.
A massinha do manju, uma mistura de farinha de trigo e farinha de arroz cozida no vapor, pode vir rechada com várias outros cremes e doces, inclusive com doce de feijão azuki.
Já o mochi é feito de um arroz específico chamado mochi gome. Para dar certo, a massa precisa ser socada, processo milenar chamado mochi-tsuki.
Em Hokkaido, há tours para participar do preparo do mochi. Veja como é neste vídeo.
A massinha, leve e às vezes um pouco gelatinosa, é considerada um doce da sorte e prosperidade. No Japão, não falta mochi nos casamentos, aniversários e festas de família, como o Natal.
Ela pode ser misturada com vários ingredientes, como o mochi abaixo, feito com cerejas e enrolado na folha da cereja: Sakura mochi (o doce que mais amei).
Outro bolinho de arroz muito famoso é o Dango, servido em um palito com várias bolinhas, com ou sem cobertura.
Já Taiyaki é essa massa abaixo, um tipo de waffle em formato de peixe. Ela é feita com farinha, açúcar, ovos e mais ingredientes. Depois de assada, normalmente leva recheio de anko, a pasta doce de feijão azuki.
Mas também pode ser recheado com chocolate e outros cremes, inclusive salgados. O docinho também é símbolo de sorte e prosperidade, pelo formato de peixe.
Anmitsu me deixou curiosa. Experimentei a iguaria no café da manhã do hotel.São cubinhos feitos de alga agar-agar e frutas. Experimentei o de coco.
A sobremesa fresca é normalmente servida com salada frutas, caldas e sorvete.
6 – Farm to table e chef especial
No meio do meu roteiro pelos vulcões japoneses, inclusive os mais perigosos do mundo, que estão na ilha de Hokkaido, encontrei o restaurante Sakkuru, ao lado de Lake Toya.
Lake Toya é uma cidade lendária engolida pelo vulcão em 2000. Neste vídeo, mostro a cidade e como usar o yukata (um tipo de kimono).
No restaurante Sakkuru, é servido um tradicional Aka Kaiseki, estilo gastronômico em que vários pratos chegam à mesa. Refeição em vários tempos.
Com cardápio desenhado sob medida para o visitante, a chef Makiko, de 74 anos, recebe visitantes em sua casa. Ela também produz toda comida.
A pedido, Makiko, chef ha 23 anos, fez um banquete vegetariano. Ela prepara pessoalmente a comida com uma sequência de pratos, que inclui entradinhas, prato principal, sobremesa e chá.
No nosso programa, foram 20 pratos (isso mesmo, 20!) que custaram no final aproximadamente 15 dólares por pessoa. Preço muito bom, por um produto de qualidade excelente.
Recomendo demais para quem ama experiências autênticas com locais.
Como organizar a viagem
O Japão liberou brasileiros do visto para quem vai a turismo. As regras estão neste post.
Para organizar um roteiro de forma gratuita, o viajante pode seguir o Lado B Viagem nas redes, onde há muitos outros passeios incríveis pelo país.
O brasileiro também pode contar com a ajuda de especialistas da Japan National Tourism Organization (JNTO), tanto no website, que tem muito conteúdo, como na Japan House São Paulo, onde especialistas te atendem pessoalmente, de forma gratuita.
Os especialistas para informações turísticas da JNTO atendem aos sábados, domingos e feriados.
Apesar do destino não exigir seguro viagem, o documento é indispensável, pois um serviço médico e hospitalar, em caso de emergência, pode sair bastante caro.
Usei o seguro da Affinity, que cobre Covid sem custo adicional em todos os planos, e também tem cobertura para quem vai praticar aventuras, como fiz nesta viagem a Hokkaido.
Para se locomover pelo Japão, e até mesmo para pegar o trem-bala, o viajante precisa viajar com um chip de internet. Nem pense em depender de wifi de hotéis, porque é preciso estar conectado nas ruas, para conseguir se locomover.
Usei e indico o chip da Skill Sim, que tem plano de dados ilimitados. Isso faz toda diferença.
Bom lembrar também que o fuso do Brasil e Japão é de 12 horas, ou seja: dia aqui, noite lá.
Você vai demorar pelo menos 2 dias para se acostumar.
A melhor dica, que sigo como viajante profissional, é tentar chegar no destino no começo da noite e não dormir no último voo longo.
Isso para entrar no horário local, para ter a chance de dormir à noite, já no primeiro dia de viagem
Meus stories no @ladobviagem , do Instagram, estão salvos e você pode ver muitos mais detalhes desta viagem incrível.
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