Uma ilhota de aproximadamente 3 km2 no meio do Oceano Índico, em Seychelles, na costa da África, é a casa de mais de 100 tartarugas gigantes.
As tartarugas-de-Seychelles podem pesar mais de 300 kg. Estive em Curieuse Island, onde elas vivem livres, e enlouqueci com os animais, que mais parecem dinossauros.
Além de gigantes, também vivem muito. As tartarugas podem passar dos 200 anos, especialmente quando sob programas de proteção, como o que há no arquipélago.
Sem o projeto, provavelmente, já teriam desaparecido, devido ao ciclo lento.
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Elas levam 35 anos para começar a reproduzir. Até os 10 anos, ainda são bebês demais para conseguir se defender de predadores.
Ao redor da pequena ilha, não se pode pescar. Em 1979, Curieuse e seu redor foram declarados Parque Nacional Marinho, para proteger a vida selvagem.
Trata-se de um ponto maravilhoso para quem quer fazer mergulho ou snorkel.
No final dos anos 70, um projeto de conservação levou tartarugas gigante do atol de Aldabra, também em Seychelles, para a ilha Curieuse, onde são protegidas.
Há até um berçário, que conto mais abaixo.
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Em Aldabra, as tartarugas gigantes já existiam há mais de 80 mil anos, com o conta conta Casey Leone, gerente do projeto The Turtle Room.
“São únicas no mundo. Todas as outras, como de Galápagos, são diferentes espécies. Em Seychelles, haviam 5 subtipos, e um deles já está extinto”, explica.
Casey trabalha com mais de 75 espécies de tartarugas pelo mundo.
“A maior tartaruga de Seychelles que já vi pesava 362 kg. Machos são sempre maiores, uma fêmea em média pesa entre 135-181 kg, e os machos, entre 226 kg e 294 kg”.
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Ela conta que as tartarugas gigantes de Seychelles estão na lista dos animais de perigo de extinção, a IUCN Red List.
O que ver em Curieuse Island
Menos de 10 pessoas vivem em Curieuse Island, somente os guardiões de animais ligados à proteção na ilha.
Joan, nativo de Seychelles, é uma desses protetores. Mora em uma casinha bem simples, uma das únicas por lá.
Entre outros cuidados com os animais, ele ajuda a procurar os recém-nascidos na mata, quando é época de reprodução.
“Elas botam os ovos e abandonam os ninhos. Se não formos procurar, os bebês podem ser atacados por predadores. Resgatamos e trazemos para o berçário, onde estão protegidos”, conta. Só são liberados com 10 anos.
Predadores, como os ratos, podem caçar os recém-nascidos na floresta.
Algumas tartarugas sobrevivem aos ataques, mas podem carregar cicatrizes pelos seus 300 anos, como este macho abaixo, de 125 anos, que perdeu uma perna.
Somente aos 10 ou 12 anos as tartarugas estão fortes para se virar sozinha e são liberadas na ilha. Mas mesmo quando são soltas, enfrentam um predador ainda pior, o humano.
“Há pessoas que vêm à ilha para roubar tartarugas, para vender ou criar como pet”, lamenta Joan. Apesar de proibida, a prática acontece muito.
História da ilha e como visitar
Além do projeto de proteção aos animais, a ilha faz parte da história de Seychelles. No século 17, era nesta ilha que morava o único médico da região.
O médico escocês Dr. MacGregor construíu uma das únicas casas no lugar, que hoje é um museu.
A construção de arquitetura colonial foi restaurada e está aberta à visitação.
Curieuse também foi usada para confinamento de portadores de hanseníase de 1829 a 1900 e novamente de 1937 a 1965.
Somente depois disso foi povoada com as tartarugas gigantes e virou um centro de referência e proteção desses animais.
Não há hotel nem restaurante na ilha. Leve água, pois nada é vendido lá. A ilha fica a 10 minutos de barco de Praslin.
Curieuse recebe número regulado de visitantes por dia e só em determinados horários.
Para visitar, cheque os dias autorizados na época que for a Seychelles e reserve o passeio com antecedência.
Seychelles, um paraíso que parece outro mundo, é um arquipélago com 115 ilhas na costa da África. Neste post coloquei um miniguia de como chegar ao destino.
Não toque nem alimente
Como em qualquer turismo com animais, é preciso saber se comportar durante o passeio.
Jamais toque nas tartarugas e não dê comida. Só é permitido oferecer as folhagens nativas colhidas lá mesmo.
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Presenciei turistas sem noção que chegaram a carregar uma tartaruga bebê, do berçário, para fazer selfie. Não me contive e também falei.
Tomou bronca, minha e do cuidador, mas merecia mesmo tomar multa bem pesada, além de ser expulso da ilha.
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