Vegetarianos, veganos e quem curte comida criativa, atenção. Londres está cheia de restaurantes especiais com todas as linhas de comida sustentável e plant based.
Vou listar cinco lugares imperdíveis para uma viagem vegana e vegetariana na cidade.
Tem até um restaurante que criou uma “bíblia” para entendermos as propriedades de tudo que é servido.
Muitos inovam com CBD, derivado da canábis, em drinks e saladas, como é o caso do pioneiro no uso, Farmacy Kitchen.
É fácil fazer comida gostosa cheia de gordura, carnes e derivados do leite. Qualquer queijo derretido salva. Quero ver ser masterchef com receitinhas veganas e comida crua.
Desde chefs pioneiros no zero waste, que aproveitam tudo, raw food (comida crua), orgânicos com propriedades medicinais, slow food e fast food. Deliciosos e especializados.
Trend na gastronomia
Zero waste começou com redução de lixo comum na Europa, há mais de 10 anos.
Em 2014 chegou à cozinha dos chefs europeus, aproveitando tudo o que pode, com o chef Doug McMaster, que hoje é dono do CUB, um dos meus achados em Londres.
A expressão plant based é mais nova, tenho visto de 3 anos para cá. Foi criada para algo que já existia: gastronomia só com plantas, grãos e quase nada de origem animal.
Em pelo menos dois restaurantes que visitei, Farmacy Kitchen e Wild Food Café (o da bíblia), os chefs ressaltavam ainda as propriedades medicinais da comida orgânica e plant based servida.
O slogan do Farmacy Kitchen, um dos restaurantes mais badalados de Notting Hill, já inspira o visitante: “Let food be thy medicine and medicine be thy food” (deixe a comida ser teu remédio, e que o remédio seja tua comida”).
Remédio só mesmo pela qualidade dos ingredientes, que são 100% orgânicos. Mas no sabor, criatividade e apresentação, o negócio é de chef mesmo.
O raw food, comida crua, é um tipo de comida preparada com o mínimo de cozimento. Ganhou o olhar de chefs há mais de 10 anos.
Geralmente, raw food é um aliado dos restaurantes veganos, que não economizam na criatividade para deixar tudo delicioso e lindo, como esse brownie acima.
O movimento slow food foi lançado na Itália, ainda na década de 80, mas não poderia ser mais atual. Ele promove não só o fato de comer com calma, como utilizar comida sustentável, de agricultura tradicional e pequenos produtores locais, como em quase todos desta lista abaixo
1 – CUB – experiência zero waste
A casa pequena de sofás amarelos em estilo retrô e minimalista lembra uma lanchonete descolada. Mas não se iluda, é restaurante de chef com comida pra lá de sofisticada.
Doug McMaster, um dos pioneiros no conceito zero waste no mundo, é o chef responsável pelo CUB. O restaurante aplica métodos sustentáveis na cozinha.
Como? Não é qualquer um que vende o alimento que você consome por lá. São escolhidos pequenos produtores e só fornecedores que estão alinhados ao fair trade (comércio justo).
McMaster criou o CUB com o mago dos drinks Ryan Chetiyawardana, conhecido como Mr. Lyan, responsável pelos bares White Lyam e Super Lyan.
Há opção à la carte. Mas para ter a melhor experiência CUB, opte pelo menu fechado, servido com bebidas intercaladas e sobremesa. Tudo orgânico e vegetariano. Também pode ser vegano se você pedir.
Servido em 10 etapas, pratos são acompanhados de drinks especiais, bebidas premiadas e de produção sustentável. No menu fechado você fica na mão do chef. Confie.
O jantar começa com espumante vintage Krug Grande Cuvée servido com cubo de gelatina. Depois, tomates marinados ao óleo de folha de figo, um brócolis inteiro com caviar do vegetal e outras criações.
Descrevi aqui a experiência completa, com todas as 10 etapas do CUB, um programão em Londres. O restaurante é pequeno e precisa de reserva.
COMO CHEGAR: CUB – 153 Hoxton Street
Dentro das estações de metrô faça a conexão com o trem, sem sair da estação e sem pagar outro bilhete. Você troca e desce na Hoxton Rail Station. O restaurante fica a duas quadras.
2 – Farmacy Kitchen – charme em Notting Hill
Em Notting Hill está um dos restaurantes plant based mais badalados de Londres, Farmacy Kitchen.
Chefs preparam pratos com poder de cura e sabores deliciosos, também ter ingredientes isentos de química, aditivos, conservantes e açúcar refinado.
O lugar aposta ainda em práticas de sustentabilidade, com produtos sazonais e consumo de produtores locais, portanto, tudo mais fresco.
No menu, muitas delícias, que você pode ver nas fotos do post só sobre o lugar. Provei um hambúrguer de feijão preto e cogumelos, com abacate, ketchup de goji berry e pickles caseiro.
Batatas doces fritas não só acompanham como provam que lá é lugar para se esquecer da dieta, mas não da saúde.
Nos drinks, vá de “There is something about Mary”, feito com pó de CBD, um derivado da canábis (machonha), permitido por e usado medicinalmente.
A proprietária, jovem chef Camilla Fayed, foi a primeira a usar CBD em chás e drinks em Londres, em 2016. Um sucesso absoluto.
Meu drink levou também também vodka de baunilha, um condimento líquido de folhas secas de canábis, purê de manga e suco de limão.
Fayed é chamada pela mídia inglesa como a “rainha dos veganos” e lançou seu livro com receitas especiais do restaurante: “Farmacy Kitchen Cookbook”
COMO CHEGAR: Farmacy Kitchen, 74, Westbourne Grove, Notting Hill
No metrô, desça na estação Bayswater duas depois da famosa Notting Hill Gate. Saia na avenida Quensway, caminhe um pouco e vira à esquerda na Westbourne Grove, rua onde está o restaurante.
3 – Ham Yard Hotel – chá das 5 vegano
Escondido no pequeno jardim Ham Yard, pertinho da badalada vizinhança de teatros Piccadilly Circus, está esse hotel premiado pelo Melhor Chá da Tarde, pelo Harden’s London Restaurant Awards.
O chá das 5h, com docinhos e cupcakes enfeitados em bandejas, também recheadas de biscoitos caseiros e sanduíches coloridos, ganhou a versão vegana. Não menos charmosa.
Há ainda opções com com açúcar reduzido e sem glúten, tudo bolado pelo chef da Firmdale Hotels, Robin Read.
Fui de vegano. Entre as delícias salgadas estão o pão de cenoura, saladinha de folhas e purê de abacate, saladinha de quinoa e de tomate.
E docinhos. Ai, os docinhos! Cookies, trufas negras, muffins, mouse de maçã disputam sua atenção com o cheesecake (sem queijo, feito com coco).
As louças adornadas com fios de ouro levam a assinatura de Kit Kemp, designer de interiores e dona da rede de hotéis de luxo Firmdale, junto com o marido.
Seu chá será acompanhado pelas figuras míticas criadas por Kemp, desde seres alados à lendas da floresta ou do fundo do mar.
Kit implanta nos hotéis da rede uma linha moderna de decoração, superelegante, ao abusar do colorido e de referências culturais do mundo todo.
Ao entrar no hotel Ham Yard, a impressão é de que tudo lhe é familiar. Kit foi capaz de trazer aconchego aos olhos em uma decoração alegre, que te faz querer voltar. Desta vez, para se hospedar.
Não perca o chá das 5h mais elegante, e agora vegano, de Londres.
COMO CHEGAR: Ham Yard Hotel, 1, Ham Yard, Soho
Fica pertinho da estação Piccadilly Circus. Ham Yard é um pequeno boulevard escondido dentro do quarteirão, com lojinhas, jardins e o hotel.
4 – Wild Food Cafe – raw food e Monty Python
Ingredientes orgânicos e gastronomia artesanal neste restaurante lindíssimo e descolado, que costuma lotar na região de Covent Garden.
Aos cinéfilos, mais um forte motivo para não perder esse programa. O restaurante fica em uma casinha onde funcionou o estúdio de cinema do grupo de comédia Monty Python (entre 1976 e 1987).
Para chegar é preciso entrar em um boulevard com jardim, chamado Neal’s Yard, na região do (lindo) mercado Covent Garden.
O chef e dono, Joel Gazdar, é um dos pioneiros em slow raw food, gastronomia com comida crua e com a filosofia slow food.
Depois da refeição, é para esse mercado que você vai se dirigir, a pé, para curtir artistas de rua, lojinhas fofas e o clima londrino.
Tudo no Wild Food é vegano. No cardápio, smoothies de frutas, tortinhas e sopas de leguminosas, saladas especiais e hambúrgueres têm seus ingredientes listados em uma bíblia.
Disposto nas mesas, que são divididas com os demais clientes, o book “The Ingredient Bible” lista as propriedades medicinais de tudo que é usado no cardápio.
Na lousa, o guia do menu da semana conta o que você vai consumir. No meu caso, eram ingredientes ricos em vitamina C, antioxidantes e que acalmam o sistema nervoso, como chá de pétalas de flores.
O menu é sazonal, mas em setembro, ficou difícil escolher entre brusqueta de macadâmia, tomate, pesto e arpargos, saladinha de tofu com grão de bico, hambúrguer de shitake com guacamole e a Ayurvedic Super Salad.
Fui nessa salada que leva semente de cânhamo, planta derivada da mesma espécie que a maconha, canábis sativa. Ainda tem folhas, abacate, amaranto, pesto, manga, berries e alcachofra marinada.
COMO CHEGAR: Wild Food Café, 1st Floor, 14 Neal’s Yard, Covent Garden
Desça na estação de metrô Covent Garden, ande até a rua Monmouth. No meio dela está a entrada para o boulevard Neal’s Yard, dentro do quarteirão. Dica? Abre às 12h, não chegue tarde pois não vai conseguir se sentar.
5 – Camden Market – paraíso fast food vegano
Dentro do bairro mais descolado e louco de Londres, Camden Town, há um paraíso de fast food vegetariano e vegano, Kerb Market, parte do Camden Market.
Apesar das lanchonetes espalhadas por todo mercado, é especialmente na área chamada Kerb que se concentra o mundo vegano de Londres. Há vários desses mercados pela cidade
O alternativo Camden é um bairro imperdível em Londres. É lá que está a estátua de Amy Winehouse, famosa moradora da vizinhança cheia de artistas.
O mercado é uma loucura. De lojas punks a peças vintage, descoladas, únicas, você encontra de tudo. As camisetas mais legais do mundo também estão nesse lugar.
No área do Kerb Market, há veganos de todos os tipos, barracas de tacos, sorvete, hambúrguer enfim, um paraíso sem nada de ingredientes vindos de animais.
Lá do ladinho dessas lojinhas está o Seasam Me. A doceria vende iguarias com Halva, guloseima do Oriente Médio que parece um torrão, feita em vários sabores.
Desde cereja, outras frutas a todos os tipos de chocolate, castanhas como pistache, caramelo, caramelo salgado, enfim, um monte. Muitos sem açúcar e glúten.
Saindo da ária específica do kerb, há a lanchonete Vegan Burger Bar. Provei hambúrguer de beterraba com quinoa, salada.
Batata frita, cheddar e bacon veganos acompanham? Mas claro, porque não fui pra Londres fazer dieta, mas sim, para me esbaldar nos veganos saborosos.
Em todo mercado há fast food e cafés com opções sem nada de origem animal, como brownies, cupcackes e até uma casa só de cereais matinais.
A rede Cereal Killer Café não ficou fora da onda vegana. Trata-se de uma casa especializada em bolws lindos, com todos os tipos de cereais matinais que você imagina.
São preparados com leite, sorvete, enfeitados com gordices como bolachas recheadas, cremes, caldas e chocolates.
Na versão vegana, veio com leite de amêndoa e sorvete especial, além de bolacha recheada sem gordura animal. Ficou divino.
COMO CHEGAR: Há várias entradas para o Camden Market , mas indico descer na estação de metrô de mesmo nome.
Desça na estação de metrô Camden Town e vire em direção ao mercado, na rua Camden High. Aí, já começa a diversão. Esse trecho que liga a estação ao mercado é cheio de lojas diferentonas e mercadinhos com as camisetas mais legais.
O blog Lado B Viagem viajou a convite do Visit Britain