Depois da grande visibilidade do caso de etarismo na faculdade, no qual uma mulher de 44 anos foi humilhada por colegas, o assunto tomou proporções nacionais.
Nas viagens, infelizmente, não é diferente. E muitas mulheres sofrem com esse preconceito em aventuras solo pelo mundo.
Uma pesquisa global da publicação canadense Journey Woman revelou que elas se sentem “ignoradas e desvalorizadas”.
Tenho 47 anos e viajo sozinha há 25. A pesquisa só veio confirmar o que vejo na prática.
Em Dundee, na Escócia, na inauguração do museu V&A Dundee
Não teve uma só vez que alguém não me perguntasse o porquê estou só. Aliás, quanto mais os anos passam, mais questionam.
Você pode acompanhar minhas viagens sozinhas por aqui.
Viajantes maduras têm mais poder de compra e disponibilidade de gastar com turismo, mas muitas deixam de viajar por medo, de andar só e também do preconceito.
O levantamento, de 2022, mostra que o poder aquisitivo delas é maior: gastam mais para viajar bem, ficam mais tempo nos destinos e pagam mais por quarto sozinha. Também apurou que, entre essas viajantes 50+, 65% são viúvas, divorciadas ou solteiras, e que 75% viajam mais de duas vezes por ano.
Em 2023, mulheres com mais de 50 anos representam mais de US$ 15 trilhões em poder de compra, de acordo com um estudo recente realizado nos EUA pelo Coca-Cola Group e Mass Mutual.
Ao viajar sozinha, você escolhe seu roteiro, quanto tempo quer gastar nos lugares, sem ter que agradar a alguém, como acontece quando estamos acompanhadas. Mas muitos lugares não estão preparados, e até acessíveis, para um público mais velho que quer explorar só.
O estudo canadense “The Influence and Affluence of Solo Women 50+ in Travel”, entrevistou mais de 1.000 mulheres viajantes com 55 anos ou mais, e descobriu que 70% delas acham que a indústria de viagens não entende as necessidades de mulheres com mais de 50 anos.
É urgente que as turistas mulheres sozinhas sejam respeitadas, que empresas e destinos estejam prontos para recebê-las, ao facilitar reservas solo e deixar passeios acessíveis.
Público 50+ só cresce no Brasil
Segundo as Projeções de População do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2023, o Brasil tem cerca de 58,5 milhões de pessoas com 50 anos ou mais de idade, sendo 31,8 milhões de mulheres.
Em 2060, a projeção é de que pessoas com mais de 50 anos cheguem a 101 milhões, dos quais 55 milhões serão mulheres.
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