Proibida no Brasil e celebrada mundo afora, cannabis tem folhas e sementes cheias de proteínas, fibras, vitaminas e antioxidantes já descobertos por chefs pelo mundo.
São vários os tipos da planta. Aqui, falo do cânhamo, rico em CBD, substância muito usada na medicina e gastronomia.
Não confunda cannabis com a maconha que se usa de forma recreativa, planta rica em THC, a substância que dá barato. CBD não tem esse efeito.
O que é CBD?
CBD, ou canabidiol, é uma substância extraída do cânhamo para utilização medicinal, em cosméticos, pelo grande poder antioxidante, gastronomia e outros.
“Sementes do cânhamo são superalimentos. Entre outros benefícios, têm proteína, aminoácidos, antioxidante, vitaminas e fibras”, ressalta a médica Ailane Araújo, uma das maiores especialistas no assunto no Brasil.
Ela completa que a planta ainda ajuda na imunidade e previne doenças cardíacas, uma vez que quase 30% da semente é omega 3, ou seja, gordura boa.
“Tem ainda minerais essenciais, alto teor de vitamina E, sódio magnésio, enxofre, que elimina toxinas, além de ser rica em ferro e zinco”, diz.
Onde provar cannabis?
Em Londres, visitei restaurantes que usam CBD em drinks, saladas e pastas e o que mais a criatividade mandar.
A chef Camilla Fayed, do charmoso Farmacy Kitchen, faz pratos e drinks. O restaurante londrino plant based fica no bairro Nothing Hill, o mesmo do filme da Julia Roberts.
O drink exclusivo do lugar, logo abaixo, se chama “There is something about Mary”. A receita está na legenda do post do Insta.
Ainda em Londres, durante um roteiro vegetariano e vegano na terra da rainha, experimentei salada com sementes de cânhamo no Wild Food Café.
O restaurante raw food na região de Covent Garden costuma lotar por amantes de ingredientes orgânicos e gastronomia artesanal.
Cinéfilos, atenção. O restaurante fica na casinha onde foi o estúdio de cinema do grupo de comédia Monty Python (entre 1976 e 1987).
No cardápio, que explica todas as propriedades nutricionais de cada prato, ainda havia shakes, tortas brownies, cremes, sopas, pastas e mais delícias plant based.
Nos EUA, a Califórnia está afrente do tempo. Com a cannabis legalizada, cosméticos fantásticos e criatividade na cozinha rolam soltos.
Em West Hollywood, colado em Los Angeles, o Lowell Cafe é um dos mais badalados. Está fechado temporariamente por causa da pandemia (e na minha lista quando voltar ao destino).
Comidinhas veganas e vegetarianas (ou não) são elaborados também com CBD e disputam os pratos dos frequentadores. O café ao lado vende tudo relacionado à planta.
Andrea Drummer é uma das chefs pioneiras a apostar na evolução da cultura da cannabis no Estado.
No Canadá também está legalizada, e é possível achar lugares com receitas únicas que levam CBD. Será um dos meus próximos roteiros veganos e vegetarianos assim que tudo passar.
Benefícios medicinais
Entre as várias espécies de cannabis, o tipo cânhamo é muito usado para extrair CBD. Como tem abaixo teor de THC, não é usado para fins recreativos, nem tem esse efeito.
Estudiosa do assunto, a médica Ailane Araújo se especializou em Cannabis Medicinal (EUA), com certificação internacional pelo Medical Marijuana, também nos Estados Unidos.
A médica brasileira é uma das pioneiras sobre o assunto no Brasil e fundou o Centro Brasileiro de Referência em Medicina Canabinóide (CBRMC), que treina profissionais da saúde para receitar aos pacientes.
Treina também veterinários para receitar aos pets. CBD pode aliviar dores, curar inflamações e ajudar muito bicho doente.
De acordo com o Portal Hospitais Brasil, a cannabis é legalizada para fins medicinais na Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Israel, Uruguai e em quase toda a Europa.
CBD costuma ser receitado para tratamento de dores crônicas, epilepsia, esclerose múltipla, Parkinson, ansiedade, Alzheimer e alguns tumores.
“Até para ajudar no emagrecimento é excelente, pelo alto teor de fibras e sensação de saciedade. Nas mulheres, ainda melhora os sintomas da menopausa, completa.
Cosméticos
Em cosméticos, CBD tem propriedades hidratantes e anti-inflamatórias excelentes, como conta a médica Andrea Godoy, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e dermatologista da AD Clinica, que atende famosas.
“CBD tem emolientes, refaz a barreira cutânea e é rico em omegas 3/6/9. Anti-inflamatório, é indicado pra acne e rosácea. Ainda não tem liberação para uso em cosméticos no Brasil, mas é algo muito esperado”, ressalta Andrea.
Ela conta ainda que, em vários locais do mundo, são feitos xampus, condicionadores e máscaras, géis, cremes e loções, somente com CBD ou associados a outros ativos.
Como importar?
Por enquanto, aqui, o produto só pode ser importado com receita médica e autorização do governo brasileiro.
“O paciente faz um cadastro no site do governo, solicita a autorização, junta dos documentos e aguarda”, explica a médica Ailane Araújo.
Em média, em 7 dias a Anvisa emite um certificado, que autoriza a importação do produto.
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