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Já pensou em fazer intercâmbio depois dos 40, 50 e até 60 anos? Aos 48 anos, resolvi estudar inglês no Canadá, em Vancouver.

Tinha alunos mais velhos na sala? Como era a aula? Como me organizei? Onde me hospedei? E que escola fiz? Como escolher o melhor intercâmbio?

Conto tudo para te ajudar a realizar o sonho do intercâmbio. E já me siga no @ladobviagem para não perder detalhes e vídeos desta e outras viagens incríveis.

Sou jornalista de viagens há 24 anos. E posso afirmar que não há idade limite para quem quer estudar fora. Encontrei colegas de até mais de 60 anos na minha sala.

Em Vancouver, na escola Selc, onde fiz meu intercâmbio – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Onde fiz o intercâmbio?

Escolhi estudar em Vancouver, e, com a ajuda da Belta, Associação das Agências de Viagem, encontrei a escola Selc Language, uma das melhores escolas de idiomas para estrangeiros do Canadá.

No site da associação você acha uma lista de agências com o selo Belta, que inclui agências confiáveis, com as melhores escolas do mundo

Uma das escolas que as agências podem oferecer é justamente a Selc, em Vancouver. São duas unidades.

A Selc Language, que oferece aulas de inglês para estrangeiros, e a Selc College, com cursos profissionalizantes que podem durar de 6 meses a dois anos. Muita gente já sai empregado.

A escola oferece cursos de business, marketing e até de enfermagem, que inclusive valida o diploma do enfermeiro para exercer a profissão no Canadá.

As duas unidades ficam centro de Vancouver, com estações de sky train ao lado (o metrô de Vancouver) sendo que a Language está ainda em um prédio centenário.

Sala de aula da Selc Language, onde estudei inglês em Vancouver – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Como são as aulas?

A grade escolar de quem vai aprender idiomas na Selc Language tem três opções. O aluno pode optar por estudar só pela manhã, pela manhã + uma disciplina à tarde ou mesmo o dia todo.

Na sala, pessoas de 18 anos estudam ao lado de quem tem mais de 60, contanto que estejam no mesmo nível do idioma, descoberto em um teste feito no primeiro dia de aula.

De manhã acontecem aulas de inglês, dentro da sala. Com apoio de livros online, situações reais e jogos, o professor busca ajudar na fluência no aluno.

Durante a tarde, os cursos são complementares, e você aprende idioma de uma diferente, como no curso de barista ou de como falar em público (public speaking).

Aulas extras de barista ajudam quem quer trabalhar em cafeterias – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

O curso de barista, apesar de complementar ao curso de inglês, realmente prepara quem quiser futuramente trabalhar em uma cafeteria.

Optei pelo segundo, de aprender a falar em público, para ajudar na desenvoltura ao fazer apresentações em inglês. Para minha surpresa, era um curso de teatro.

Tínhamos peças e roteiros de filme para contracenar com os colegas. E, de fato, com o tempo perdemos o medo de falar em público, além de aperfeiçoar o inglês de uma forma bem divertida.

No final do curso, todos os alunos ganham um diploma, em uma pequena cerimônia de graduação.

Selc Language fica em Gstaad, bairro central histórico de Vancouver – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Amigos de 50 e 60 anos

Na minha sala, encontrei Claudia Sabbag, de 61 anos,  avó de 4 netos, que escolheu não só fazer intercâmbio como estudar business e trabalhar fora do país em 2023.

Claudia viajou com o marido, Luiz Carlos Bulhões Lima, de 59, ambos aposentados. O casal faz parte de um grupo de brasileiros que, com vida estável e/ou filhos criados, agora quer aprender um novo idioma, de morar e até trabalhar em outros países.

“Muita gente não acreditava quando dissemos que viríamos. Abrimos mão de uma vida mais confortável para arriscar, e não acumulamos bens, mas experiências”, conta Cláudia. Eles são casados há 35 anos.

E ela resolveu não só estudar inglês como também matriculou-se em um curso de business, em Vancouver, que prevê em sua grade o trabalho remunerado durante quase 5 meses, dos 9 meses de curso.

“É a primeira vez que viajamos para estudar e morar fora. Nossos quatro filhos já tinham saído do país, e, apesar de termos feito outras viagens, sentíamos falta do inglês fluente”, completa Luiz.

Claudia e Luiz, intercambistas Selc em Vancouver – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Claudia, Luiz e eu, na cerimônia de graduação da Selc – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Como parte dos estudos, Claudia vai ainda trabalhar por 4 meses em atendimento ao público e aspira entrar para uma rede de supermercados, algo completamente diferente da profissão que exercia no Brasil, como professora de ioga.

Na Selc College, que trabalha com grades profissionalizantes, são mais de 15 cursos, desde enfermaria, que valida a profissão para trabalhar no Canadá, ao de marketing digital, business, entre outros, que podem durar de 6 meses a dois anos.

“Não existe estar velho demais. Pelo contrário, ao aprender um idioma novo e viver coisas diferentes, você também rejuvenesce”, ressalta Luiz, que já planeja mais viagens e cursos do tipo para o futuro.

O brasileiro Vicente Moreira também conseguiu realizar o sonho do intercâmbio só aos 54 anos. Ele chegou ao Canadá do zero, não sabia nada de inglês.

Mas para isso também ainda enfrenta a barreira de críticos. “Muitos me perguntavam o porquê de eu querer aprender agora, com essa idade. A verdade é que sonho não tem idade e eu quero falar inglês para conseguir me comunicar em viagens”, conta.

Vicente Moreira, de 54 anos, realizou o sonho de estudar fora – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Após três meses, finalizou o estudo com boa comunicação no idioma. “Teve gente que ainda afirmou que eu gasto demais com isso, mas prefiro gastar com viagem e idioma do que investir em carro ou imóvel”, finaliza.

Canadá, o queridinho

De acordo com a pesquisa Belta 2022, o Canadá está em primeiro lugar na procura por brasileiros que querem estudar fora, seguido pelos Estados Unidos e Reino Unido.

Mas por que o Canadá é o queridinho? Além de ser um destino cheio de paisagens diferentes para explorar, o país é sinônimo de excelência nas escolas e segurança, permite que estudantes trabalhem de forma legal e tem voo direto do Brasil, pela Air Canada, que conto mais abaixo.

Para quem passou dos 50, é interessante saber que, nas escolas canadenses, não se separa alunos por idade.

Escolhi estudar no outono de Vancouver – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

 

Outro atrativo bastante forte para o estudante é a possiblidade do trabalho legal. O Canadá permite que estudantes trabalhem, mas para isso, é preciso estar com o visto correto.

“Para o visto de estudante que vai trabalhar devemos apresentar uma carta oficial de aceitação da escola que receberá o aluno”, conta Carolina Gonzales, consultora de imigração da Northwest Imigration, que ajuda na obtenção de todo tipo de visto para o país.

Ela acrescenta ainda que, se o estudante vai ficar até 6 meses no Canadá estudando, sem trabalhar, o visto de turista basta. Quem tem visto americano, pode ainda tirar somente o ETA  (electronic travel authorization) bem mais barato e feito pela internet.

Como escolher o intercâmbio

Na hora de escolher o intercâmbio, a primeira coisa é procurar uma agência séria, que desenhe o programa de acordo com os interesses do aluno. No site da Belta, associação sem fins lucrativos, há uma lista de agências sérias que levam o selo Belta de qualidade, e o estudante pode começar por aí.

“O papel da agência é entender a necessidade do cliente, achar a melhor opção para ele, ver o perfil do estudante e ter o cuidado par personalizar. Dentro do selo Belta estão agência que prezam pela qualidade e que acompanham o aluno até voltar pra casa”, diz Neila Chammas, diretora financeira da Belta.

Ela reforça ainda que uma boa agência pode ajudar a resolver qualquer problema que o aluno tiver fora do país.

Na Selc Language, onde estudei inglês em Vancouver – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

A escolha do destino onde estudar deve considerar a receptividade de brasileiros naquele local, o custo de vida e até a estação do ano, com clima ideal para a viagem.

“Há quem busque ainda  turmas específicas para pessoas acima de 50 anos, onde as idades não se misturam, o que conseguimos ver na França, Itália, Malta e outros países. Nesse tipo de turma, os assuntos levantados em sala, bem como as atividades fora dela, são todos desenhados para adultos nessa faixa etária”, completa Neila.

O estudante também pode optar por curso que não só idioma. “Muitos  ficam surpresos com a variedade de cursos, especialmente se já dominam o idioma, como gastronomia, fotografia, ioga, entre outros”, finaliza.

Detalhes para organizar o intercâmbio

Na hora de organizar sua viagem não se pode esquecer de dois detalhes. O primeiro deles é o seguro viagem.

Seguro viagem é indispensável. Muitos países, inclusive, exigem o seguro viagem para entrar no destino. E, caso aconteça algo, e as coisas acontecem, o aluno não vai gastar milhões para resolver um problema de saúde.

Costumo fazer o seguro com a Affinity, que foi eleito recentemente entre as 10 melhores do país.

Outro detalhe de viagem indispensável é ter internet no telefone durante todo o tempo do intercâmbio. Estar conectado é uma questão de segurança, além de ser hoje a única forma de se locomover  bem no destino.

Em Vancouver, por exemplo. só consegui pegar transporte público para todo canto porque usei o serviço online local, que avisava sobre treans e ônibus que eu deveria pegar.

Para isso, uso sempre o chip da Skill Sim, que é ilimitado. Isso faz toda diferença e você não fica na mão no meio da viagem.

Onde me hospedei?

Como busquei a imersão, optei por ficar na casa de pessoas locais, que abrem suas portas para receber estudantes.

A empresa Northwest Homestay faz justamente esse trabalho de curadoria, ao juntar a casa que quer receber com o perfil do estudante. E o intermédio para chegar até a empresa é a agência de intercâmbio.

Muitas vezes, você pode ser alocado longe da escola, onde as pessoas vivem de fato. Em princípio, achei que isso poderia ser um problema, pois eu demoraria quase uma hora no transporte público todos os dias para ir e voltar.

Mas depois percebi que era um bônus. Meu caminho até o centro de Vancouver incluía ônibus e sky train, um metrô cujo caminho é no alto, na maior parte do tempo.

Sky train é o metrô de Vancouver com trilhos elevados – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Como era bem afastado, eu passei por muitas estações, que, durante as semanas de estudo, eu explorava na volta da escola. Foi fantástico e pude conhecer a cidade quase inteira.

Fiquei muito bem hospedada em um apartamento em River District, uma delícia de bairro residencial com mercado e serviços ao lado.

Era o apartamento de um casal jovem, todo moderno, exatamente na vibe que eu queria, com as coisas práticas e até um toca disco retrô para vinis. Amei demais.

Apartamento da Nortwest Homeway, em River District, Vancouver – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Como cheguei a Vancouver?

Para se chegar a qualquer local do Canadá, como Vancouver, onde estudei, o brasileiro conta com voos direto diários em uma das melhores companhias aéreas do mundo, a Air Canada, na rota de São Paulo a Toronto, com voos diários, além de voos de São Paulo a Montreal.

Desses destinos, é possível se conectar a qualquer outro no país, sem ter que retirar a mala no caminho. Meu roteiro foi justamente este. Peguei o voo de São Paulo a Toronto, onde fiz a conexão para Vancouver.

Aeroporto de Vancouver, no Canada, meu destino final – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Aeroporto de Toronto, que recebe voos diários do Brasil pela Air Canada – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Na aeronave, são três classes de voo: executiva, prêmium e econômica, onde voei.

Mesmo na econômica, todas as poltronas têm TVs individuais, com filmes e séries que amo, o que era muito comum no passado mas hoje muitas aéreas não disponibilizam mais. Também é servido vinho durante as refeições.

Nas refeições, se você quer uma alimentação vegana, vegetariana ou com outras restrições, deve pedir a comida especial, ao menos, um dia antes do voo.

Classe executiva da Air Canada – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

Econômica da Air Canada – foto Andrea Miramontes @ladobviagem

De olho no estudante 40+, a companhia aérea analisa ainda a possibilidade de conseguir melhores condições para esse público estudar no país.

“Vemos o crescimento de pessoas acima dos 40 em estudar fora e avaliarmos a possibilidade de oferecer uma tarifa  especial de estudante a esse público”, acrescenta Giancarlo Takegawa, diretor geral da Air Canada no Brasil.

Além do foco no público brasileiro, a cia aérea canadense se destaca pelo empenho em se tornar cada vez mais sustentável, política no DNA do canadense, que tem 35% de seu país formado por florestas preservadas.

Até 2050, a empresa quer zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa em todas as operações globais, como  meta principal de sustentabilidade, como você vê neste artigo.

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