Nadar ao lado de arraias livres, gigantes e selvagens, no meio do mar do Caribe, parece uma aventura impossível? Digo que é uma experiência inacreditável.
Estive em Stingray City, a cidade das arraias nas Ilhas Cayman, local catalogado pela National Geographic como o melhor mergulho do mundo de até 4 metros de profundidade.
Arraias da região chegam a 45 quilos e 1 metro de comprimento.
De tão espetacular, parece que tanto a cor da água quanto as arraias mansas naturalmente são truques, mas não.
É tudo real, do turquesa caribenho aos animais, enormes, que nadam muito tranquilos do seu lado.
Abaixo, estou na parte rasa, um banco de areia no meio do mar. Passe a seta para vê-las nadando no meio dos turistas.
As arraias, mansas naturalmente, acostumaram no local pelos pescadores. Há 80 anos, eles escolheram a região para descartar as sobras da pesca, o que atraiu as arraias-prego.
Hoje, esses animais são protegidos pelo governo e não podem ser caçados. Embora estejam livres, tudo é controlado para o bem-estar das arraias.
“Observamos um aumento no número desde julho de 2012. De 57 passaram a 115”, conta Jessica Harvey, gerente de projetos do Guy Harvey Ocean Foundation, organização que monitora os animais junto com Guy Harvey Research Institute e o Departamento de Meio Ambiente das Ilhas Cayman.
Lá, além de livres e selvagens, elas mantém seus ferrões naturais na cauda, diferentemente de outros lugares do Caribe.
Alguns destinos caribenhos cruelmente tiram a defesa das arraias, em cirurgias, para que virem escravas de turistas. Evite visitar e dar prestígio a lugares cruéis.
Na área em que elas estão, em Stingray City, não há perigo de tubarões, de acordo com Tim Austin, diretor do Departamento de Meio Ambiente das Ilhas Cayman.
“Eles normalmente não são vistos, pois não gostam de estar perto das pessoas e caçam à noite. Ocasionalmente aparecem tubarões menores, não perigosos”, completa.
Como se comportar?
Quando cheguei, tive um pouco de medo de entrar no mar. Mas na verdade, não tem que ter. Elas chegam perto, mansas, sozinhas.
E o correto é isso mesmo, nunca tocar, mesmo que elas encostem em você. Deixe encostar, são curiosas e é interessante sentir a textura e o interesse dos animais por você.
Mas não tente pegar, nem beijar, como alguns turistas fazem. Qualquer animal selvagem, marinho ou terrestre, jamais deve ser tocado.
Ao pegá-lo você pode prejudicar o animal, mudar o comportamento e até diminuir sua imunidade natural.
Em alguns casos de animais-marinhos delicados, pode até condená-lo à morte.
É o caso os frágeis cavalos-marinhos, ou mesmo estrelas do mar, que podem morrer quando turistas ignorantes tiram da água para fotos.
Antes de descer do barco, preste atenção aos avisos dos guias. Um deles é não levantar o pé para andar no banco de areia. Ande arrastando seu pé.
Arraias têm o hábito de se acomodar no fundo do mar. E, se forem pisadas, podem se defender com o ferrão.
A ferroada é extremamente dolorida, e, se atingir um órgão vital, pode trazer risco de morte.
Tim Austin, do governo, conta que várias interações humanas prejudiciais com as arraias foram proibidas, como dar alimento inadequado e tirá-las da água.
Mais regras devem entrar em vigor em breve, como ele mesmo me contou.
Quanto custa e de onde sai?
Algumas operadoras locais fazem o passeio. Fiz com a Red Sail, em um passeio que inclui a visita ao Rum Point, um local delicioso, com drinks e esportes aquáticos.
Aproveite para remar no Caribe, de caiaque ou stand up paddle, antes de embarcar na aventura a Stingray City.
Com a inclusão do lugar, reserve o dia todo para esse passeio. Dá para almoçar por lá e experimentar novos sabores.
Um deles é o drink das Ilhas Cayman, chamado mudslide. Uma delícia muito gelada no calor caribenho, imperdível.
Neste link, dou a receita da bebida que mais parece um sorvete de café alcoólico.
O passeio todo custa $95 por pessoa, o que dá aproximadamente R$ 470. O dólar das Ilhas Cayman é um pouco mais alto do que o dólar americano. Você pode se organizar para essa viagem neste miniguia que preparei.
Costumo enjoar durante passeios de barco, mas neste fiquei bem. Espia no post abaixo como é o barco para chegar a Stingray City.
Só o visual já vale o passeio. E para mais inspirações de viagens incríveis, sustentáveis, sem crueldade animal siga o Insta do blog.
Conheça Batabano, o Carnaval das Ilhas Cayman, no meio do turquesa do Caribe